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Durante reunião da Sala de Crise da Região Norte, Defesa Civil Municipal é informada que El Niño deve perder força até o final deste semestre
Segundo semestre de 2023 será marcado pela atuação da La Niña

Por Redação
Publicado 25/03/2024
Atualizado 25/03/2024
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Foto: Leandro Morais

Atenta às questões climáticas na Amazônia, em decorrência do fenômeno El Niño que têm provocado intensa seca nos estados da região, a Prefeitura de Porto Velho, por meio da Defesa Civil Municipal, participou na tarde de sexta-feira (22), da 10ª Reunião da Sala de Crise da Região Norte, que também contou com a participação de vários representantes de estados e municípios duramente afetados.

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Joaquim Gondim, foi quem conduziu os trabalhos. Ele falou do plano de contingência elaborado pelo órgão tão logo foi divulgado a perspectiva da chegada do El Niño e enfatizou a importância das reuniões mensais, onde os técnicos de diversos setores ligados ao clima passam informações e orientações.

A meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marília Guedes, fez um resumo da situação e explicou que até esta terça-feira (26), a previsão é de chuvas acima do que era esperado na região Norte, principalmente no Amazonas, Rondônia e Pará.

“Do dia 27 de março a 2 de abril, na parte mais a Oeste da região, que abrange os estados do Amazonas, Acre e Rondônia, a previsão é de chuvas dentro do normal. Já para os meses de abril, maio e junho, a maior probabilidade é de chuva abaixo do esperado na parte mais ao Norte da região”, afirmou.

Ainda conforme Marília Guedes, a tendência é que nos próximos meses seja finalizada a atuação do El Niño, passando para uma condição neutra. O segundo semestre de 2023 será marcado pela atuação da La Niña.

Esse anúncio deixou a equipe da Defesa Civil mais animada, com a perspectiva de redução desse período de seca intensa. “A informação que tivemos é que o El Niño está na fase final, com provável término em maio ou junho deste ano”, comentou Elias Ribeiro, coordenador da Defesa Civil do Município.

RIO MADEIRA

Na sexta-feira (22), o nível do rio Madeira continuava abaixo da média, com a régua marcando 12,60 metros. Porém, a equipe recebeu informação que houve chuvas na Bolívia e no Peru, fazendo com que aumentasse a vazão na junção do rio Mamoré com o Beni, que formam o rio Madeira. “E hoje, nesses países, está caindo chuva com bastante intensidade, podendo causar um repiquete e alcançar a cota de 14 metros”, completou Ribeiro.

De acordo com a Defesa Civil Municipal, a bacia do rio Madeira em Porto Velho é influenciada em 74% pelas chuvas que caem na Bolívia, 12% pelas chuvas do Peru e somente 14% pelas águas pluviais que caem em solo brasileiro.

“Ainda não dá para saber qual cota o rio chegará, pois dependemos da vazão em Nova Mamoré, onde é formado o rio Madeira”, finalizou.

Reunião da Sala de Crise da Região Norte tem caráter preventivo, para que a Defesa Civil de cada município afetado possa programar melhor a sua atuação. As informações e orientações projetam um cenário de 15 dias para frente, conforme informou Anderson Luiz, gerente da Defesa Civil do município de Porto Velho.